sexta-feira, 20 de abril de 2012

Estudo inédito mapeia dez diferentes tipos de câncer de mama

Um estudo inédito revelou que o que se conhece atualmente como câncer de mama pode ser desdobrado em dez diferentes tipos, abrindo caminho para uma revolução no tratamento, que deve ficar cada vez mais específico para cada tipo de tumor.

A pesquisa, realizada por cientistas do Canadá e do Reino Unido e publicada na prestigiada revista "Nature", analisou mais de 2 mil mulheres com câncer, e seus resultados devem começar a ser aplicados em hospitais dentro de no mínimo três anos.

Para os especialistas, é possível comparar o câncer de mama a um mapa do mundo. Os exames atuais, mais abrangentes, teriam a capacidade de classificar a doença em diferentes "continentes".

Agora, com as novas descobertas, será possível mapear a doença em até dez diferentes tipos, com um grau de definição muito maior, como se fossem "países".

"O câncer de mama não é uma doença, mas sim dez diferentes doenças", disse o chefe do estudo, Carlos Caldas.

"Nossos resultados abrem caminho para que no futuro os médicos possam diagnosticar que tipo de câncer uma mulher tem e os tipos de remédios que vão ou não funcionar, de uma maneira muito mais precisa do que é possível atualmente", acrescenta o pesquisador.

No momento, os tumores são classificados de acordo com sua aparência sob as lentes de microscópios e exames com "marcadores".

Aqueles identificados com "receptores de estrogênio" deveriam responder a tratamentos que utilizam o tamoxifeno (um modulador seletivo da recepção deste tipo de hormônio) e os classificados com "receptores Her2" deveriam sofrer impacto da terapia com o medicamento Herceptin.

A grande maioria dos tipos de câncer de mama (mais de 70%) responde bem aos tratamentos com hormônios. Entretanto, a reação às terapias varia muito. "Alguns respondem bem, outros fracassam terrivelmente. Claramente precisamos de uma classificação mais detalhada", diz Caldas.

REVOLUÇÃO

Os pesquisadores analisaram detalhes da genética celular de mais de 2 mil tumores, levando em consideração quais genes haviam sofrido mutação, quais estavam se multiplicando e quais estavam sendo desligados.

Após as análises, as células cancerígenas foram agrupadas em dez diferentes classificações, denominadas "IntClust" um a dez.

"Este é o maior estudo já realizado sobre os diferentes tipos de tumores de câncer de mama e vai alterar a maneira com a qual analisamos a doença, tendo um impacto enorme na forma de diagnosticar e tratar o câncer de mama nos próximos anos", disse Harpal Kumar, chefe do instituto de Pesquisa do Câncer do Reino Unido, que financiou a pesquisa.

Os cientistas precisam agora comprovar os benefícios da nova classificação antes que médicos e hospitais de todo o mundo passem a utilizá-la--um processo que pode levar de três a cinco anos.

Para Delyth Morgan, chefe de campanhas contra o câncer de mama no Reino Unido, o estudo pode "revolucionar a maneira com a qual a doença é diagnosticada e tratada".

A pesquisa é um exemplo do que se conhece atualmente por "medicina personalizada" -que consiste em tratar uma doença a partir do mapeamento detalhado de seu comportamento genético.

O princípio pode, no futuro, ser aplicado às pesquisas que medem a resposta a medicamentos para doenças cardiológicas e tratamentos para conter o vírus HIV, dentre outros.

FONTE: BBC BRASIL

Força Aérea Brasileira oferece 14 vagas em concurso para farmacêutico

No total são 14 vagas nas especialidades: Farmácia Bioquímica, Farmácia Hospitalar e Farmácia Industrial

Após aprovação, candidatos vão ingressar no Curso de Adaptação de Farmacêuticos da Aeronáutica. (Foto: Divulgação)

A FAB (Força Aérea Brasileira) está com inscrições abertas para o concurso de carreira de Oficial Farmacêutico. Os candidatos podem se inscrever até o dia 10 de maio.

No total são 14 vagas nas especialidades: Farmácia Bioquímica, Farmácia Hospitalar e Farmácia Industrial, para as cidades de Campo Grande, São Luís do Maranhão e Alcântara, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Belém, Recife, Porto Alegre e Canoa, Curitiba e São José dos Pinhais.

Após aprovação no concurso, os candidatos vão ingressar no Curso de Adaptação de Farmacêuticos da Aeronáutica (Cafar), ministrado no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O curso tem duração de 18 meses.

A prova escrita será realizada no dia 17 de junho de 2012.

Para conferir o edital do concurso, fazer inscrição e imprimir boleto bancário clique aqui.

Outras informações clique aqui

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Anti-inflamatórios protegem contra doenças do Coração.

Estudos apontam novo tratamento para mal que mais mata no mundo.

Rio - Alguns medicamentos anti-inflamatórios, utilizados para tratamento da artrite, podem ter efeitos positivos também contra doenças cardiovasculares, as que mais causam mortes no mundo. A descoberta foi apontada por dois levantamentos internacionais publicados na revista médica ‘The Lancet’.

Segundo os cientistas envolvidos nos projetos, uma proteína importante no processo inflamatório também combateria o desenvolvimento da aterosclerose — inflamação que forma placas dentro dos vasos sanguíneos.

Desta forma, remédios que controlam essa inflamação podem proteger o sistema cardiovascular – um deles já é usado no tratamento da artrite reumatoide.

A comunidade científica internacional já vinha estudando a ligação entre esses anti-inflamatórios e doenças do coração, mas só agora, com os dois levantamentos, ela foi comprovada.

Um dos dois levantamentos publicados na mais recente edição da revista ‘The Lancet’ analisou 82 estudos, que cobriram, ao todo, mais de 200 mil pessoas no mundo. O outro levantamento reuniu 40 estudos que tiveram 133 mil participantes.

Droga anticâncer aliviaria portadores de Alzheimer

Outra descoberta movimentou a comunidade científica ontem. Cientistas americanos afirmaram que um remédio contra o câncer (epotilona) melhorou a memória de ratos idosos com Alzheimer. As cobaias foram tratadas por três meses, mas seres humanos teriam que receber a droga por mais tempo, já que o Alzheimer é uma doença degenerativa crônica. Novas pesquisas precisam ser feitas para verificar se um tratamento longo seria nocivo.

FONTE: O DIA – RJ

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Trabalho digno - Você sabe o que é?

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Trabalho Decente é um "trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna". Desta forma, o Trabalho Decente é uma condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

O elemento central do conceito de trabalho decente é a igualdade de oportunidades e de tratamento e o combate a todas as formas de discriminação — de gênero, raça/cor, etnia, idade, orientação sexual, contra pessoas com deficiência, vivendo com HIV e Aids etc.

As ações em todo o mundo para construir essa nova realidade do trabalho têm sido articuladas através de um pacto chamado de "Agenda do Trabalho Decente", cujos quatro eixos centrais são a criação de emprego de qualidade para homens e mulheres, a extensão da proteção social, a promoção e fortalecimento do diálogo social e o respeito aos princípios e direitos fundamentais no trabalho, expressos na Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho da OIT, adotada em 1998:

1) Liberdade de associação e de organização sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva (Convenções da OIT 87 e 98),

2) Eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório (Convenções da OIT 29 e 105),

3) Abolição efetiva do trabalho infantil (Convenções da OIT 138 e 182) e

4) Eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação (Convenções da OIT 100 e 111).

No Brasil, a promoção do Trabalho Decente passou a ser um compromisso assumido entre o Governo brasileiro e a OIT a partir de junho de 2003, com a assinatura, pelo Presidente Lula do Memorando de Entendimento que prevê o estabelecimento de um programa para a promoção de uma Agenda Nacional de Trabalho Decente, em consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores. Em maio de 2006 foi elaborada a Agenda Nacional de Trabalho Decente.

A partir da Agenda Nacional de Trabalho Decente, foi elaborado um Programa Nacional de Trabalho Decente com o objetivo de estabelecer, além das prioridades, os resultados esperados e as estratégias, metas, prazos, produtos e indicadores de avaliação. Esse Programa é será incluído no PPA (Plano Pluri Anual), monitorado e periodicamente avaliado, consultando as organizações de empregadores e de trabalhadores.

fonte: http://meusalario.uol.com.br

terça-feira, 17 de abril de 2012

Senadores e farmacêuticos discutem jornada não superior a 30 horas semanais

Senadores reúnem-se, nesta quarta-feira (18.04.12), com diretores do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Conselheiros Federais e diretores de Conselhos Regionais, além de representantes da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e Federação Interestadual dos Farmacêuticos (Feifar). O encontro, de iniciativa do CFF com o apoio da Senadora e farmacêutica Vanessa Graziottin (PCdoB-AM), tem por objetivo discutir o Projeto de Lei 113/2005, originário da Câmara (número 6.459/2002, na Casa de Origem), que dispõe sobre a duração da jornada de trabalho dos farmacêuticos. O PL prevê uma jornada não superior a 30 horas semanais para os profissionais. O CFF e demais instituições do setor são favoráveis à matéria e lutam por sua aprovação. A reunião desta quarta será realizada, durante café da manhã, no Senado.

O Presidente do CFF, Walter Jorge João, argumentará junto aos parlamentares que a jornada não superior a 30 horas é factível e tem amparo da Organização Internacional do Trabalho. “A OIT recomenda uma jornada não superior a 30 horas para os profissionais de saúde, porque cargas horárias maiores comprometem a saúde dos trabalhadores e prejudicam a qualidade dos serviços que eles prestam à população, vez que podem induzir a erros, muitas vezes, fatais”, explica Dr. Walter Jorge. Acrescenta que as Conferências de Saúde, também, fazem iguais recomendações.

“Nós queremos sensibilizar os Senadores para questões graves relacionadas à sobrecarga dos farmacêuticos”, alerta o Presidente do CFF, referindo-se, por exemplo, aos acidentes de trabalho, problemas cujas despesas, na América Latina, representam algo em torno de 10% do PIB (Produto Interna Bruto) da Região. Só no Brasil, foram registrados 1.875.190 acidentes de trabalho, entre 1999 e 2003, gerando 15.293 mortes e 72 mil incapacidades permanentes. Os dados são do Ministério da Saúde.

Para o dirigente do CFF, o Brasil não pode continuar a conviver com dados tão trágicos, principalmente, levando-se em conta o fato de muitos terem origem no estresse dos trabalhadores. “Os farmacêuticos, a exemplo de outros profissionais da saúde, são submetidos a situações estressantes em suas jornadas de trabalho, o que justifica a sua redução para 30 horas semanais”, sustentará Dr. Walter Jorge aos Senadores, amanhã.

CAPILARIDADE E CUIDADOS FARMACÊUTICOS - E dirá mais: que os farmacêuticos são, quase sempre, os primeiros e os últimos profissionais da saúde a prestar cuidados aos pacientes, nas farmácias e drogarias públicas e privadas. “O Brasil possui cerca de 85 mil farmácias comunitárias. Não há uma cidade, um povoado, um bairro, neste País, onde não há uma farmácia”, observou Dr. Walter Jorge.

Segundo ele, a capilaridade do setor representa uma enorme força em saúde que não pode ser desconsiderada pelos legisladores, e que ela é única e exclusiva das farmácias e drogarias. Nenhum outro setor da saúde disponibiliza à população tantos estabelecimentos. “Nesses estabelecimentos, os farmacêuticos prestam importantes serviços que ajudam a prevenir e tratar doenças e manter a qualidade de vida das pessoas”, disse o Presidente do CFF.

Mas alertou que a qualidade dos serviços profissionais não pode ser diminuída por sua exaustiva jornada de trabalho. De acordo com Walter Jorge, o Brasil, que tem problemas no setor de saúde, não pode perder de vista os serviços farmacêuticos prestados, nas farmácias. “Os serviços são ágeis, gratuitos e os pacientes não precisam marcar horário, nem entrar em fila”, concluiu.

APROXIMAÇÃO COM O LEGISLATIVO – Dr. Walter Jorge destacou que as discussões em torno do PL 113/05 irão marcar a aproximação entre o CFF e Senado. “Não podemos perder de vista essa Casa legislativa, e entendemos que os Senadores, também, não podem deixar de saber sobre o que se passa na profissão farmacêutica”, declarou.

O Presidente do CFF disse que, a partir de agora, todas as matérias do interesse dos farmacêuticos e que tramitam, no Senado, serão detalhadamente discutidas com os parlamentares, para que eles sejam sensibilizados a votá-las e aprová-las, a exemplo da jornada não superior a 30 horas. O PL 113/05 está tramitando nas Comissões de Assuntos Sociais e Econômicos da Casa. O Relator é o Senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).

Fonte: CFF

Autor: Pelo jornalista Aloísio Brandão, Assessor de Imprensa do CFF.

Produto farmacêutico manipulado é tributado pelo ISS

A venda de produtos farmacêutivos manipulados não sofre incidência do ICMS. A decisão é da 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, que analisou processo em que se discutiu se a atividade deve ser tributada pelo ICMS ou pelo ISS.

“O produto manipulado não se destina ao comércio, não é disponibilizado no mercado com livre circulação, ao contrário, só pode ser utilizado pelo encomendante, o qual foi elaborado de forma personalizada para aplicação específica ao paciente individualizado, o que afasta a incidência do ICMS”, disse o desembargador Guerrieri Rezende, relator do caso.

Uma empresa farmacêutica da cidade de Votuporanga procurou a Justiça depois que o município passou a cobrá-la de ISS. Até então, a farmácia vinha pagando o ICMS.

De acordo com a decisão, a Lei Complementar 116/2003, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos municípios e do Distrito Federal, ao regulamentar o imposto, determinou que os serviços realizados por empresas de manipulação de produtos farmacêuticos configuram prestação de serviços, sujeitos à incidência de ISS e não ICMS.

Para os desembargadores, o produto manipulado não se destina ao comércio, não é disponibilizado no mercado com livre circulação e só pode ser utilizado pelo encomendante, sendo elaborado de forma personalizada para aplicação específica ao paciente individualizado, o que afasta a incidência do ICMS.

Leia decisão na íntegra:M

Fonte:http://www.conjur.com.br

ANVISA abre prazo para opinar em consulta pública sobre disposição de medicamentos nas farmácias

Está aberto o prazo de trinta dias para que a sociedade envie à Anvisa as sugestões ao texto da consulta pública que trata da exposição dos medicamentos isentos de prescrição, no balcão das farmácias e drogarias.

A Consulta Pública 27/2012 , publicada na última sexta-feira (13/4), no Diário Oficial da União (DOU), permitirá que se elabore uma norma para regulamentar, entre outros aspectos, o posicionamento dos medicamentos livres de prescrição, em farmácias e drogarias.

O texto da CP 27/2012 propõe, também, a revogação de uma instrução normativa da Anvisa, publicada em 2010, que trazia a relação dos medicamentos isentos de prescrição que poderiam permanecer ao alcance dos consumidores.

A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou a CP 27/2012 em reunião, na primeira semana de abril. Para acolher a consulta, os diretores analisaram o estudo apresentado pelo grupo de trabalho que avalia o marco regulatório dos medicamentos isentos de prescrição.

De acordo com os dados do grupo de trabalho, a resolução que colocou os medicamentos isentos de prescrição atrás do balcão, a RDC 44/2009, não tem contribuído para reduzir o número de intoxicações. Segundo o mesmo parecer, após aquela norma ter sido editada, observou-se, inclusive, uma maior concentração de mercado.

As sugestões à CP 27 podem ser encaminhadas por escrito para a sede da Agência, em Brasília (Setor de Indústria e Abastecimento – SIA, Trecho 5, Área Especial 57 – Brasília- DF, CEP 71.205-050), por email, no endereço cp27.2012@anvisa.gov.br, ou por fax: (61) 3462-5674.

Confira a íntegra da CP 27/2012

Fonte: ANVISA

Pesquisadora esclarece a verdadeira função das ervas medicinais e fitoterápicos

Os benefícios do uso de plantas medicinais são conhecidos, e comprovados, pelos brasileiros, há muito tempo. Por serem de origem natural, muitos pensam que não podem fazer mal, mas são medicamentos como outro qualquer, que precisam de orientação médica para o uso.

É comum escutarmos histórias de alguém que tomou chá de camomila para acalmar, de boldo para o fígado, de folha de eucalipto para combater uma gripe ou de erva-doce para dor de estômago. Todos baseados na máxima de que “se não fizer bem, mal não faz”. Mas não é bem assim. Usados rotineiramente, ao mesmo tempo em que aliviam sintomas, os chás podem atrasar o diagnóstico de problemas graves. Este mesmo pensamento pode ser empregado com o uso sem critério dos fitoterápicos.

A questão da utilização de ervas medicinais e fitoterápicos ganhou impulso a partir da publicação, no dia 13 de agosto, no site da revista Época, de uma entrevista concedida pelo Dr. Drauzio Varella à jornalista Cristiane Segatto, onde o oncologista critica a falta de sólidas evidências científicasque poderiam justificar o uso de fitoterápicos. A reação por parte de profissionais da área, além do público em geral, foi imediata. A revista ACESSO entrou em contato com Fátima Maria Motter, professora pesquisadora de Fitoterápicos da Universidade Mackenzie, em São Paulo, buscando esclarecer a verdadeira função destes medicamentos.

ACESSO – Em entrevista concedida pelo Dr. Drauzio Varella à jornalista Cristiane Segatto, e publicada no dia 13 de agosto, no site da revista Época, é perguntada sua opinião a respeito do SUS passar a distribuir oito plantas, às quais se atribui alguma atividade medicinal, para a população. Ele afirma que as plantas não têm atividade demonstrada cientificamente, que os riscos e os benefícios foram avaliados pelo uso tradicional. Qual sua opinião a respeito?

Fátima Motter – Na verdade, não são oito plantas, são oito fitoterápicos, isto é, medicamentos elaborados a partir de matérias primas vegetais, sendo que um deles é à base de isoflavona de soja, o princípio ativo da soja, isto é, a substância química responsável por sua ação terapêutica, e todos eles foram testados e têm a comprovação científica de sua eficácia. Esta iniciativa foi, inclusive, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina. Não consigo entender a polêmica causada por esta iniciativa do Ministério da Saúde. São medicamentos que têm exatamente as mesmas exigências que um medicamento sintético para serem aprovados, assim como devem ter os mesmos cuidados na utilização: devem ser utilizados sob prescrição médica, observadas as dosagens estabelecidas, têm efeitos colaterais, interações, e tudo mais que qualquer medicamento tenha. A vantagem é que são produtos elaborados a partir de matérias-primas mais baratas e acessíveis, o que diminuirá os custos do próprio Ministério da Saúde.

ACESSO – O que acha do uso de chás no tratamento das doenças? Existem trabalhos científicos que comprovem sua eficácia?

Fátima Motter – Os chás, ou infusos, são apenas uma forma de extrair as substâncias químicas existentes nas plantas, e, dependendo dos ativos presentes, nem sempre é a melhor forma. Mas, em alguns casos, em transtornos leves, são os mais indicados. Existem, sim, trabalhos científicos comprovando a eficácia de alguns chás em alguns transtornos, mas não devem ser feitas generalizações. O mesmo não se pode dizer dos fitoterápicos, que são elaborados a partir de plantas medicinais por métodos extrativos que variam de planta para planta. Estes só podem ser produzidos a partir da comprovação de sua ação farmacológica e ausência de toxicidade nas doses indicadas, as mesmas exigências dos medicamentos sintéticos. Portanto, todos eles têm trabalhos científicos que comprovam sua eficácia e segurança.

ACESSO – Poderia comentar a fala do Dr. Drauzio que diz: “Em geral, quem usa esse tipo de medicina (se é que podemos chamar isso de medicina) são pessoas ignorantes, crédulas e que acreditam em qualquer besteira que digam a elas.”

Fátima Motter – Acho que ele mesmo não acredita nisso, pois senão não estaria indo à Amazônia para coletar e identificar plantas que possam ser usadas na terapêutica, assim como vários laboratórios internacionais. Na verdade, grande parte dos medicamentos hoje utilizados são derivados de plantas medicinais, como a Ginkgo biloba, Datura stramonium, Paulinia cupana, Aesculus hippocastanum, Digitalis purpurea, Glycirrhiza glabra etc. De qualquer forma, só a ideia de uma medicina para “os ricos ou estudados” e outra para os “pobres ou ignorantes” é totalmente absurda! Todos devem ter acesso à melhor medicação, e quando estudamos fitoterápicos não estamos pensando em fazer um medicamento apenas “para pobres”. Plantas como Catharanthus roseus, conhecida como Vinca, ou Maria-sem-vergonha, são utilizadas para elaboração de medicamentos utilizados em casos de leucemia, como o Velban (vimblastina) e o Oncovin (vincristina), produzidos por laboratórios éticos, que não podem ser chamados de “ignorantes e crédulos”.

ACESSO – O Dr. Drauzio fala, respondendo a uma pergunta sobre os fitoterápicos registrados pela Anvisa e vendidos nas farmácias, que eles “são registrados na Anvisa como complemento alimentar. Ou seja: não passam pelo mesmo crivo de um medicamento”. Estes produtos merecem credibilidade?

Fátima Motter – O registro de fitoterápicos segue o disposto na Resolução – RDC nº 48/04, onde, entre outras exigências, consta: “apresentar comprovação de segurança de uso (toxicologia pré-clínica, toxicologia clínica) e de eficácia terapêutica (farmacologia pré-clínica, farmacologia clínica) do medicamento.” Não se consegue o registro de um fitoterápico sem a apresentação dos estudos acima. Aqueles registrados como complementos alimentares, obviamente devem ser utilizados como complementos alimentares, e não como medicamentos.

ACESSO – Na questão sobre conciliar o tratamento convencional com algum fitoterápico, o Dr. Drauzio aconselha seus pacientes a não perderem tempo com chás. Pode haver problemas na junção de medicamentos com fitoterápicos? Como esta junção deve ser feita?

Fátima Motter - Os fitoterápicos, assim como qualquer medicamento, podem apresentar interações com alimentos, com outros fitoterápicos, e também com medicamentos sintéticos. Essas interações podem ser positivas ou negativas, por isso o tratamento não deve ser feito sem o conhecimento e sem o acompanhamento médico. Algumas vezes o fitoterápico pode não curar uma determinada patologia, mas pode melhorar a qualidade de vida do paciente, como, por exemplo, as nefropatias em consequência de diabetes, e, outras vezes, pode impedir a cura, como é o caso de feridas de difícil cicatrização em diabéticos e hipertensos, quando o paciente utiliza extratos de Ginkgo biloba. Mas esse tipo de interação pode ocorrer também com o uso de medicamentos sintéticos, como é o caso do mesmo tipo de paciente quando usa Ácido Acetilsalicílico, que também interfere no processo de cicatrização.

ACESSO – Dr. Drauzio diz que na preparação da série ficou surpreso ao ver que o uso das ervas é feito sem nenhum controle e ainda é referendado por órgãos públicos, ligados ao Ministério da Saúde ou à Embrapa. Existe controle no uso de ervas medicinais?

Fátima Motter - Neste aspecto, concordo plenamente com o Dr. Dráuzio Varella. Hoje em dia, pessoas sem o mínimo conhecimento de fisiologia, patologia, farmacologia, ou mesmo sobre as substâncias presentes nas plantas medicinais se intitula “Fitoterapeuta”, e passa a indicar plantas de A a Z, estimuladas pelo sucesso em programas de televisão. Isso em nível geral, mas nas pequenas comunidades acontece a mesma coisa. Por isso, há muito defendemos que as plantas medicinais (que nem sempre são “ervas”) passem a ser prescritas por médicos, e em alguns casos por farmacêuticos. O controle do uso atualmente é precário.

ACESSO – Gostaria que a senhora me respondesse a uma mesma pergunta feita pela repórter da revista Época ao Dr. Drauzio, que é: “comprovar o benefício de uma planta exige muita pesquisa. É um longo processo que separa a crendice da ciência. Como se chega a esse tipo de comprovação?”

Fátima Motter - Realmente é um longo processo, que exige um investimento gigantesco, uma integração entre os profissionais Farmacêuticos, Botânicos, Químicos, Médicos, e outros, e tempo, muito tempo, pois é necessária a identificação botânica da planta, já que algumas vezes várias espécies são conhecidas pelo mesmo nome popular, a identificação dos princípios ativos e marcadores químicos, ausência substâncias químicas tóxicas, ou presentes dentro de limites comprovadamente seguros, comprovação de segurança de uso (toxicologia pré-clínica, toxicologia clínica) e de eficácia terapêutica (farmacologia pré-clínica) e testes clínicos Fases I, II e III. Por isso, além de disponibilizar medicamentos fitoterápicos no Sistema Único de Saúde, seria interessante que houvesse um estímulo maior para a pesquisa e validação do uso de fitoterápicos, já que temos uma flora tão rica que desperta o interesse de laboratórios internacionais. São poucos os laboratórios que têm recursos para levar a termo uma investigação como essa, assim, a integração com as Universidades ou o apoio governamental são indispensáveis para que isso ocorra.

Fonte: Revista ACESSO

Anvisa desenvolve novas regras voltadas a pequenas empresas

Na hora de montar um restaurante ou um bar, e também quando se trabalha com cosméticos e produtos de limpeza e higiene, um erro de conduta pode ser fatal. O descumprimento de normas técnicas que tratam desde a textura do piso da cozinha até os pormenores da ventilação nos banheiros e a altura dos ladrilhos da sala de atendimento pode fazer com que o estabelecimento seja fechado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No momento, a agência realiza uma ação específica dirigida a pequenos e microempresários. O objetivo é rever regulamentos para que a Anvisa possa deixar de ser vista meramente como órgão fiscalizador pelos empreendedores e possa também auxiliá-los na melhoria da qualidade de seus serviços.

“As instâncias de vigilância têm uma ação pouco acolhedora e educativa – e muito mais punitiva. Queremos amparar a micro e pequena empresa e o empreendedor individual”, explica Rose Mendes, coordenadora de articulação institucional da Anvisa.

Helena Rego, analista técnica de políticas públicas do Sebrae (Serviço de Apoio ao Pequeno e Micro Empresário) Nacional, explica que a Constituição Federal prevê que pequenas e microempresas tenham um tratamento diferenciado nos âmbitos fiscal, legal e administrativo. “Foi daí que surgiu esse processo de criação de uma regulamentação sanitária específica”, diz ela. Atualmente, a Anvisa está concluindo o plano de trabalho para o desenvolvimento da nova regulamentação para esse público.

O objetivo é auxiliar no processo de adequação das PMEs às normas sanitárias. Segundo Helena Rego, como os municípios têm poder para regular em âmbito local, o que se deve criar não é exatamente uma regulamentação unificada nacional e sim regras gerais para chegar a “um conceito nacional harmônico”.

Ela julga que a legislação vigente é restrita e não leva em conta pequenos e médios empresários que não têm capital para contratar uma consultoria que os oriente. “Numa reunião, um prefeito de uma pequena cidade contou que um consultório de dentistas havia sido fechado porque os ladrilhos da parede tinham 2,9 metros de altura, quando deveriam ter 3 metros”, conta. “É um exagero. Afinal, não se pode exigir de um microemprededor – por exemplo, um pipoqueiro – o mesmo que se exige de uma usina nuclear”, resume.

Para ela, a legislação deveria oferecer prazos para a adequação a problemas menos graves quando esses forem identificados. “As regras devem ser exequíveis para chegar ao seu objetivo, que é reduzir o risco sanitário. Senão, teremos regras aparentemente perfeitas, mas que ninguém aplica”, diz.

Inclusão sanitária e inclusão produtiva

A analista do Sebrae julga que a chamada “inclusão sanitária” atua como extensão da inclusão produtiva. Vendedores de rua, doceiras e donos de pequenos negócios de beleza com rendimento inferior a R$ 60 mil anuais hoje podem se regularizar rapidamente, via internet. “São 2,2 milhões de pequenos negócios regularizados de 2009 para cá”, afirma.

Ela julga que o governo federal tem dado passos no sentido de fazer com que empreendedores individuais se regularizem, mas esses empreendedores ainda têm dificuldades para se adequar à legislação sanitária vigente.

Rose Mendes concorda com ela. “O micro, o pequeno e o empreendedor individual estão incluídos pelo Sebrae, pelo Simples Nacional, mas a Anvisa ainda não ampara os seus negócios”, admite.

Para que esses empresários continuem tendo acesso a benefícios como linhas de crédito especiais, previdência social, possibilidade de fornecer para o governo e de emitir nota fiscal, é necessário que se adequem à legislação.

Participam das discussões para o desenvolvimento dessa regulamentação mais acessível o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio ao Empresário), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretaria Geral da Presidência da República e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O novo enfoque é parte do plano do Governo Federal, Brasil Sem Miséria.

Fonte: Cross Content

Especial para o Terra

Anvisa vai lançar consulta pública sobre venda de remédios sem receita

Desde 2010, remédios sem prescrição só podem ser vendidos por atendente; proibição tem diminuído poder de escolha do consumidor, mostra estudo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu lançar consulta pública, no prazo de 30 dias, sobre a proposta de “adotar mecanismos para permitir que os medicamentos isentos de receita médica possam ser colocados ao alcance do consumidor na farmácia, considerando o risco sanitário envolvido para esse tipo de produto”.

Desde 2010, a Anvisa determinou que medicamentos sem prescrição médica só podem ser vendidos por um atendente. Os remédios deixaram de ficar em gôndolas e prateleiras ao alcance direto do consumidor. Na época, a agência reguladora alegou que o remédio, mesmo isento de receita, pode apresentar risco à saúde e, por isso, o cidadão deve ser orientado por um farmacêutico antes de comprar. A medida não agradou a entidades representativas das farmácias, que recorreram à Justiça para suspendê-la.

No entanto, estudo da equipe técnica da Anvisa sinaliza que a proibição tem diminuído o poder de escolha do consumidor. Em 2007, 4,6% dos remédios isentos de prescrição foram indicados pelo atendente, balconista ou farmacêutico. A influência afetou 9,3% das vendas em 2010, ano em que a exigência determinada pela Anvisa já estava em vigor, segundo estudo apresentando ontem (3) na reunião.

Para representantes da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), o consumidor fica, por exemplo, sem condições de comparar preços com o medicamento atrás do balcão.

A consulta pública foi proposta pelo diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Ele também sugeriu que a agência e o setor farmacêutico elaborem, em dois meses, um plano para coibir a venda de remédios com tarja sem receita médica.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Borrachudos podem ajudar no tratamento de Inflamações

Cientistas descobrem uma proteína presente na saliva do inseto que, além de anticoagulante, ajuda a regular o processo de inflamação no organismo.

Os borrachudos são pequenos insetos voadores da família Simuliidae. Gostam de locais úmidos, de preferência próximos a riachos e cachoeiras

Cientistas da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, encontraram uma utilidade para os borrachudos, conhecidos pela picada dolorida. Os pesquisadores descobriram que os insetos podem ajudar no combate ao processo de inflamação. O trabalho foi publicado no periódico PLoS One.

Para que os insetos se alimentem do sangue humano, eles precisam superar uma série de mecanismos de defesa do organismo presentes no sangue. Por exemplo, a saliva desses insetos possui anticoagulantes para aumentar a velocidade do fluxo de sangue no local da picada.

A equipe do entomologista Don Champagne descobriu que uma proteína presente na saliva do inseto e que inibe a formação de coágulo no sangue também controla o processo de inflamação por meio de duas enzimas, a elastase e a catepsina G.

Os cientistas acreditam que a descoberta pode abrir caminho para a criação de medicamentos para tratar, por exemplo, pacientes que se recuperam de doenças do coração. "A inflamação é uma das principais causas de lesão nos tecidos em doenças vasculares", disse Champagne. "A ideia de um único fator capaz de inibir o coágulo e a inflamação ao mesmo tempo é muito interessante e inovadora."

BORRACHUDOS

Os borrachudos são pequenos insetos voadores da família Simuliidae. Gostam de locais úmidos, de preferência próximos a riachos e cachoeiras. Impressionam pela quantidade e pela picada, que pode causar alergia. O borrachudo transmite a oncocercose, uma doença parasitária que causa lesões na pele e secreção nos olhos.

ELASTASE

A elastase é uma enzima responsável pela degradação das fibras elásticas. Ela ajuda a determinar as propriedades do tecido conjuntivo, que dá sustentação e preenchimento ao corpo humano.

CATEPSINA

As catepsinas são proteínas que quebram outras proteínas e são encontradas em todos os animais.

FONTE: PORTAL EXAME

Pesquisa desenvolvida na UFPI é finalista em prêmio nacional de Farmácia

Pesquisa desenvolvida por alunos do curso de Farmácia da Universidade Federal do Piauí é finalista do 1° Prêmio Glenmark de Excelência em Farmácia Oncológica. Com o título "Adesão e não-adesão a hormonioterapia de pacientes submetidos a tireoidectomia total com diagnóstico de câncer de tireóide", o trabalho é o único representante da região norte-nordeste entre os seis finalistas selecionados para o prêmio.

O objetivo da pesquisa foi investigar os fatores relacionados à adesão dos pacientes que utilizam a reposição hormonal pós procedimento cirúrgico, atendidos em um hospital referência em oncologia na cidade de Teresina - PI. Os resultados da pesquisa subsidiarão ações para o aumento da efetividade do tratamento e o desenvolvimento de estratégias multidisciplinares que melhorem a qualidade de vida do público envolvido.

A pesquisa foi desenvolvida pelos farmacêuticos egressos da UFPI Viviane Ribeiro, Kayo Figueiredo, Elaine Teixeira e pela professora do Departamento de Farmácia Dayanna Pessoa. O projeto foi coordenado pelo professor André Luis Menezes de Carvalho.

"A realização do trabalho, para mim, gerou uma satisfação pessoal, pois resultou de um caso de câncer tireoidiano na família, e profissional, pelo aprimoramento de um olhar mais sensível ao paciente, impactando diretamente no meu desempenho como Farmacêutica. Agradeço a todos que contribuíram para o desenvolvimento da monografia e a UFPI pela formação acadêmica", disse Viviane Ribeiro, egressa do curso de Farmácia da UFPI.

Para o coordenador da pesquisa, Profº. André Luís, estar entre os seis trabalhos finalistas é um grande feito. "Este resultado sinaliza que as pesquisas realizadas na área estão em sintonia com centros de excelência no Brasil e nos motiva a maiores investigações na área de Farmácia Oncológica no estado do Piauí. O prêmio vem coroar e reconhecer o trabalho, a dedicação e a capacidade de nossos discentes e docentes, além de evidenciar o grande potencial do curso de Farmácia da UFPI", declarou.

O resultado final do concurso será divulgado no 6º Congresso Brasileiro de Farmacêuticos em Oncologia, que acontece no período de 20 a 22 de abril, em Brasília.

Fonte: Universidade Federal do Piauí

Johnson&Johnson recebe multa de US$ 1 bilhão nos EUA

Um juiz no Estado de Arkansas, nos EUA, aplicou uma multa de US$ 1,1 bilhão a uma subsidiária da Johnson&Johnson nesta quarta, por ter escondido riscos associados ao antipsicótico risperidona, usado para tratar transtornos como a esquizofrenia.

A empresa Janssen Pharmaceuticals e sua controladora devem pagar US$ 5.000 por cada uma das 240 mil receitas de risperidona cobertas pelo Estado durante um período de três anos e meio.

O Arkansas processou as empresas dizendo que elas enganaram médicos quanto aos efeitos colaterais da risperidona.

A Janssen afirma que agiu com responsabilidade e que vai recorrer da sentença.

Introduzida no mercado em 1994, a risperidona é um antipsicótico de segunda geração que rendeu bilhões de dólares à Johnson&Johnson até a chegada das versões genéricas. O remédio também é vendido no Brasil.

Em 2004, a FDA (agência de vigilância sanitária dos EUA) forçou a empresa a mudar a bula do remédio para incluir um risco maior de derrame e de morte em pacientes idosos com demência, convulsões, ganho de peso e diabetes, além de níveis potencialmente fatais de açúcar no sangue.

Outros Estados americanos também processaram a empresa. Um juiz na Carolina do Norte estabeleceu uma multa de US$ 327 milhões em dezembro. No Texas, a empresa fez um acordo para pagar US$ 158 milhões.

Fonte: Folha Uol

Guia de carreiras: farmacêutico.

'Mexemos com vidas, cada fórmula é uma pessoa', diz farmacêutica.
Farmácia de manipulação cresce no segmento.


Médico, paciente e farmacêutico, relação que Márcia Regina Silva Mendes, farmacêutica e sócia da farmácia de manipulação Pharmactiva, em São Paulo, define como de extrema importância para o segmento. A farmácia de manipulação, segundo ela, é um dos setores que se desenvolve com rapidez no mercado e torna o trabalho do farmacêutico mais personalizado. “Cada medicação que fazemos é individualizada. São quantidades e concentrações diferentes. Mexemos com vidas. Cada fórmula é uma pessoa”, diz.

A farmacêutica formada há 20 anos afirma que a área se tornou bastante ampla e complexa. “Era muito mais simples ser farmacêutica quando comecei. Hoje se tem muito mais controle, o que obrigou a gente a se profissionalizar muito no sentido de organização e treinamento de pessoas”, afirma.

Quando começou, Márcia estagiou durante oito meses em uma empresa de alimentos até abrir a própria farmácia de manipulação com uma sócia. Em cinco anos, ela afirma que se mudou de uma pequena sala de trabalho para a farmácia de dois andares com salas de laboratórios divididas.

Para ser farmacêutico, segundo ela, o profissional deve gostar de estudar e entender disciplinas como química, farmacologia, fisiologia, para saber como funciona a ação da medicação no corpo humano, além de matemática e até estatística. Mas um ponto fundamental que hoje se exige é a assistência farmacêutica. “Temos que saber dar orientações quanto ao uso da medicação, o que pode e o que não pode, por exemplo, com leite, sucos ácidos e água, já que tudo é combinação química”, disse.

O profissional pode atuar tanto no controle de qualidade, como em produção, marketing, pesquisa e desenvolvimento. As opções são diversificadas, e o profissional pode trabalhar em empresas de alimentos, medicações, laboratórios de análises clínicas e empresas de cosméticos, outro segmento que está em alta no mercado, segundo Márcia.

“Hoje a cosmetologia é um segmento que também vem crescendo muito no mercado. Tenho interesse em desenvolver também”, afirma.

O trabalho da farmacêutica exige dedicação, disciplina e organização. “É um trabalho minucioso. Tudo tem que estar perfeito, desde a compra de materiais dos fornecedores até a entrega ao cliente. Falo para os meus funcionários que se você errou uma fórmula das mil, por exemplo, que são produzidas no dia, você errou 100%, porque cada medicamento é para uma pessoa, e pessoas não se substituem”, disse.

Márcia disse que não tem rotina, já que a cada dia tem uma fórmula de medicamento diferente a ser produzida. A profissional tem, entre as responsabilidades, a conferência de materiais que chegam à farmácia, checagem dos laboratórios, dar orientações aos funcionários, conferir produção e entrar em contato com pacientes. “Tem gente que muda de médico, mas não muda de farmácia”, afirma, quando se refere à questão da confiança no trabalho que o cliente adquire quando solicita serviços de farmácia.

O profissional também tem que estar atento e sempre atualizado às novidades da ciência, leis e exigências da vigilância sanitária.

Ela afirma que o piso salarial do profissional gira em torno de R$1.700. “A proatividade é responsável pelo crescimento do profissional. Você ganha o que faz. Acho que é assim em todas as profissões”, afirma.

Fonte: G1

Por 8 votos a 2, STF libera interrupção da gravidez de feto sem cérebro

13/04/2012 - O Estado de S.Paulo

Jornalista: FELIPE RECONDO , MARIÂNGELA GALLUCCI /

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu que mulheres que decidem interromper a gravidez de fetos anencéfalos e médicos que fazem o procedimento não cometem crime.

A maioria dos ministros entendeu que um feto com anencefalia é natimorto e, portanto, a interrupção da gravidez nesses casos não pode ser comparada ao aborto, considerado crime pelo Código Penal. A discussão iniciada há oito anos no STF foi encerrada em dois dias de julgamento

A decisão livra as gestantes que esperam fetos com anencefalia - ausência de partes do cérebro - de buscarem autorização da Justiça para antecipar o parto. Algumas dessas liminares demoravam meses para serem obtidas. E, em alguns casos, a mulher não conseguia autorização e acabava, à revelia, levando a gestação até o fim. Agora, diagnosticada a anencefalia, elas poderão se dirigir diretamente a seus médicos para realização do procedimento.

O Código Penal brasileiro, em vigor desde 1940, prevê somente dois casos para autorização de aborto legal: quando coloca em risco a saúde da mãe e em caso de gravidez resultante de estupro. Qualquer mudança dessa legislação precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Por 8 votos a 2, o STF julgou que o feto anencefálico não tem vida e, portanto, não é possível acusar a mulher do crime de aborto. "Aborto é crime contra a vida. Tutela-se a vida em potencial. No caso do anencéfalo, não existe vida possível", afirmou o relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello.

Em seu voto, Carlos Ayres Britto afirmou que as gestantes carregam um "natimorto cerebral" no útero, sem perspectiva de vida. "É preferível arrancar essa plantinha ainda tenra no chão do útero do que vê-la precipitar no abismo da sepultura", declarou.

Além desse argumento, a maioria dos ministros reconheceu que a saúde física e psíquica da grávida de feto anencéfalo pode ser prejudicada se levada até o fim a gestação. Conforme médicos ouvidos na audiência pública realizada pelo STF em 2008, a gravidez de feto sem cérebro pode provocar uma série de complicações à saúde da mãe, como pressão arterial alta, risco de perda do útero e, em casos extremos, a morte da mulher. Por isso, ministros afirmaram que impedir a mulher de interromper a gravidez nesses casos seria comparável a uma tortura.

Obrigar a manutenção da gestação, disse Ayres Britto, seria impor a outra pessoa que se assuma como mártir. "O martírio é voluntário", afirmou. "O que se pede é o reconhecimento desse direito que tem a mulher de se rebelar contra um tipo de gravidez tão anômala, correspondente a um desvario da natureza", disse. "Dar à luz é dar à vida e não à morte", afirmou.

Na opinião do ministro, se os homens engravidassem, a antecipação de partos de anencéfalos "estaria autorizada desde sempre".

Atestado. O ministro Gilmar Mendes, que também foi favorável à possibilidade de interrupção da gravidez, sugeriu que o Ministério da Saúde edite normas que regulem os procedimentos que deverão ser adotados pelos médicos para garantir a segurança do tratamento. Uma dessas regras poderia estabelecer que antes da realização do aborto o diagnóstico de anencefalia seja atestado em dois laudos emitidos por dois médicos diferentes.

Apenas dois ministros votaram contra a liberação do aborto - Ricardo Lewandowski e o presidente do STF, Cezar Peluso.

Lewandowski julgou que somente o Congresso poderia incluir no Código Penal uma terceira exceção ao crime de aborto. E citou as outras duas: caso a gravidez decorra de estupro ou se o aborto for necessário para salvar a vida da mãe.

"Não é lícito ao mais alto órgão judicante do País, a pretexto de empreender interpretação conforme a Constituição, envergar as vestes de legislador positivo, criando normas legais", afirmou o ministro. "O aborto provocado de feto anencéfalo é conduta vedada de modo frontal pela ordem jurídica", disse Peluso.

"O doente de qualquer idade, em estágio terminal, também sofre por seu estado mórbido e também causa sofrimento a muitas pessoas, parentes ou não, mas não pode por isso ser executado nem é licito receber ajuda para dar cabo à própria vida", afirmou o ministro. "O feto portador de anencefalia tem vida."

Laico. Gilmar Mendes reclamou da decisão do ministro Marco Aurélio de negar a participação de setores religiosos no julgamento, fazendo sustentações orais no plenário do STF.

"As entidades religiosas são quase que colocadas no banco de réus, como se estivessem a fazer algo de indevido. E é bom que se diga que elas não estão fazendo algo de indevido ao fazer as advertências", disse.

"Talvez daqui a pouco nós tenhamos a supressão do Natal do nosso calendário ou, por que não, a revisão do calendário gregoriano", disse. "É preciso ter muito cuidado com esse tipo de delírio, de faniquitos anticlericais", acrescentou.

Mercado do medicamento vai crescer 4% até 2015.


Ainda que a procura do mercado esteja estruturalmente em crescimento, graças aos países emergentes, a rentabilidade dos grandes laboratórios tende a degradar-se, ao mesmo tempo que a progressão abranda nos países desenvolvidos, avança a Vida Económica.


A taxa anual média, a nível global, deverá rondar os 4%, o que se traduz em mais de um bilião de dólares dentro de três anos. A evolução será impulsionada sobretudo pelos países emergentes, onde se espera um crescimento entre os 10% (América Latina) e os 17% (Ásia e África). A curva é claramente menos acentuada para os países desenvolvidos, com 0,4% na Europa Ocidental e 1,4% nos EUA.


Os dois próximos anos serão tempos muito difíceis de gerir por parte dos grandes laboratórios, que beneficiarão de menores rentabilidades.

Este ano, a taxa média de margem operacional será de 20,5%, de acordo com um estudo da Euler Hermes.

Outra explicação para a erosão da rentabilidade das grandes farmacêuticas prende-se com uma cada vez maior procura de medicamentos genéricos, à medida que vão expirando algumas das principais patentes. Basta ter em conta que o preço de um genérico pode cair para metade, como já acontece nalguns dos mercados mais importantes, como é o caso dos EUA.

Nos mercados emergentes, é fundamental colocar medicamentos mais baratos, face ao poder de compra ainda reduzido.

Aspecto interessante e pouco comum é que os laboratórios europeus vão resistir melhor que os seus congéneres norte-americanos. De facto, os grupos americanos estão mais expostos à concorrência dos medicamentos genéricos e aos custos de reestruturação.

Este ano, os grandes laboratórios europeus terão uma rentabilidade superior de cinco pontos, relativamente aos seus homólogos norte-americanos: cerca de 18% de margem prevista nos EUA, contra mais de 22% na Europa.

FONTE: RCMPHARMA